sexta-feira, 30 de setembro de 2011

" No iníco era verbo... "

" No iníco era verbo, e o verbo se fez carne..."
    Ah, como dói a carne! Como dói a existência de meus dias. Estar nessa vida sem acreditar em algo melhor após ela é estar aqui só por diversão. Carrego em mim a grande necessidade de acreditar em algo que ainda está por vir...
Em meu pouco tempo de vida, não sei qual é o caminho; mas penso também que isso não é uma questão de tempo,pois, ao conversar com pessoas mais vividas, com mais experiências, sinto no falar delas que as mesmas também não sabem o caminho. Acho que só quem sabe o caminho mesmo é quem está por lá.
Pense comigo leitores, um lugar de onde quem volta não pode lembrar o caminho... deve realmente ter algo de muito especial nesse lugar!
    Tenho anseio por esse lugar... mas ao mesmo tempo sinto medo. Não sei o que me espera; não digo medo quanto a ser bom ou ruim, pois, acho que isso vem da concepção de cada um, mas meu medo vem da hora em que isso acontecerá. Quero tanto conhecer, estar num lugar melhor, mas será mesmo que estou disposto? Nós, seres humanos, tendemos durante toda nossa vida a apegar-nos às coisas materiais e às pessoas(quando digo pessoas, vele a pena lembrar também dos que se apegam às imagens das mesmas).
Muitas vezes me perco na complexidade de meus ser. Quero ser tudo, mas quando chego próximo ao tudo que idealizei... me sinto tanto nada!
    O que nos resta amigo, é sustentar nossa fadiga diária. É plantar pra colher e lutar pra conquistar.
Ah... como dói a carne! Como dói ser carne! Não questiono essa dor, deve haver um porque; um porque que vai muito além das escrituras ditas sagradas.
    Enquanto isso, me resta ser carne e conjugar esse eterno verbo sem denominação que carrego junto à primeira pessoa de meu ser.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Abismo...

    Caminhei durante anos num chão onde eu não podia pisar com todo o meu pé, porque ali não havia segurança alguma. A secura de minha boca se comparava à de meu peito, que doía e ardia numa frequência muito além do Sol. Ah, grande Astro, insistes em iluminar os cantos mais perversos do Universo, mas não a  constante escuridão de meu órgão pulsante. Sim, ele pulsa; não sei se por alguém ou por algo, mas sinto-o pular em meu peito; faz-me tomar decisões das quais não quero e colher frutos os quais ainda não os posso ver se são bons ou não. Mas, não é hora de pensar a fundo nas consequências. Sinto que é hora de me lançar. Pois bem.
    Chego à beira do abismo, seu núcleo exala aromas agradáveis e músicas de bem estar, sinto vontade de me jogar sem medo quanto a onde irei parar; mas ainda não. Preciso sentir mais, ouvir mais, tocar mais com minha alma... alguns segundos me bastam, não quero esperar muito pra agarrar minha felicidade, preciso arriscar. Um pé...o outro... pronto! Esta feito!
Durante minha queda me envolvo nos sons e nos aromas, que juntos com minha'lma formam uma sintonia perfeita da qual não quero me soltar. Não consigo mais pensar, a complexidade de meu ser não é mais conteúdo que me agrade e que sustente minha fome do inabitável... estou com medo. Muito medo. Inseguro. Mas preciso me arriscar... me entrego.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ser Dependente

    Eu sempre me questiono a dependência do ser  humano. Eu o chamaria de Ser Dependente, e não de Ser Humano. Somos todos ligados à dependência desde o nascimento até à morte.
    Quando pequenos somos entregues à cega dependência dos pais e parentes, o que é essencial; mas isso já começa bem antes de nascermos, na escolha do nosso nome. Como podem escolher nosso nome sem nem ao menos saberem se nós vamos gostar dos mesmos?  Aí cito uma dependência dos adultos, a dependência do Sistema em que vivemos, das Leis e das mil e uma coisas burocráticas que nos cercam. Na escolha do nome do bebê, os pais já nos submetem à uma submissão Estatal(não é muito difícil entender, ou é?).
    Passamos pela fase de criança, quando apesar de um pouco crescidos ainda somos totalmente dependentes dos pais. Na adolescência é a fase em que queremos começar a ser independente; mas estamos errados.  Queremos ser independentes dos pais, do dinheiro deles, da vida deles; mas aí começam as dependências amorosas; nos envolvemos e nos entregamos. Meu caro, vá me dizer que nunca disse que o "fulano" é o amor da sua vida, ou que é tudo pra você?  Metaforicamente ou não, você sente.
    Na fase adulta nos tornamos dependentes do nosso trabalho, afinal de contas, você DEPENDE disso pra viver, precisa trabalhar, precisa se manter, pagar suas contas e juntamente, seus  impostos.
    Seguindo essa linha de pensamento a qual estou(estamos),  chego à conclusão de que a independência NÃO EXISTE!  Nós, Seres Dependentes, somos tentados e expostos à dependência de algo todos os dias, cada dia mais intensamente.
    Ah, Ser Dependente, desprenda-se do mundo, desprenda-se dos terceiros, desprenda-se de Ti! Dê-se asas e viva a tal "liberdade" que ao contrário do que diz o Gênesis, não nos foi dada, mas sim, roubada!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Querido sentimentalismo...parte 3

    Entendeste-me mal! Começou quando pedi-lhe que se aproximasse! Maldito sejas sobre as terras que pisastes! Tocou-me e se foi, tocou-me e me confundiu, tocou-me e fez mal a quem compartilhei de ti! Até quando brincarás assim comigo? Até quando terei eu de me enfiar em situações embaraçosas, para tirar a "pose" de vilão durão que me arranjastes?
    Ah querido Sentimentalismo, ainda assim diante de tudo o que me fazes, chamo-lhe querido, pois, gosto tanto de você, gosto tanto das confusões que me arranjas! Entendo que não posso me afastar de você, entendo perfeitamente agora, pois, tratando-se de você, falo de mim. Sim, querido Sentimentalismo, és nada mais que minha confusa imagem refletida no espelho.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Não há paz

    Tentei encontrar a paz na religião, junto com ela veio a filosofia e só houve conflitos.
    Tentei nos animais, mas encontrei mais agitação que calmaria.
    Tentei encontrá-la em alguma pessoa, mas, essa pessoa se ia,e com ela, a mesma.
    Tentei encontrar no mundo coletivo, me veio o encômodo da convivência.
    Tentei encontrar nas àguas, porém, veio o vento e as agitou formando ondas as quais me sufocavam.
    Tentei encontrar na TV, mas o noticiário das 19h não me permitiu, anunciando suas guerras e a violência mundial.
    Tentei encontrá-la dentro de mim, aí veio-me a surpresa... aqui dentro é que não a encontrei de forma alguma!  Todos os lugares por onde passei procurando-a, deixou em mim "restos" de suas "informações", sendo assim, me vi longe desse sentimento de calmaria.
    Não há paz, porque minha constante mudança não me permite encontrá-la.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Querido sentimentalismo...parte 2

    Anteriormente, eu implorei por sua presença... me atendeste.   Você veio montado em alguém onde eu já o encontrara; pois bem... não fiquei feliz. Quis chorar, me rasgar por dentro e gritar com você que fica indo e vindo à mim e outra pessoa e quando sai de um a caminho de outro, não deixa nenhum sinal de que passara por ali.
    Eu olhei para sua vítima e quis abraça-lo,pois, em todo esse tempo de intimidade entre essas duas vítimas, não nos rendemos ao seu toque.  É certo que a outra vítima não o conhece; preciso apresentá-lo à ele bem assim, do jeito que o conheço.  Antes eu lhe pedi para que me abraçasse,porém, que deixe-me ir quando eu quiser; hoje, peço-lhe diferente: envolva-nos; envolva-nos de uma forma que não queiramos nos afastar, e por favor, não se afaste de nós.
    Eu lhe prometo que esse alguém saberá aceitar-te, basta lhe tocar assim, como tens me tocado.  Ah, querido a quem lhe escrevo, lhe abraçarei e beijarei seu rosto num bater sem fim do coração.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Querido sentimentalismo...

    Ah, eu o queria por perto por algum tempo. Está certo que em alguns estágios da vida eu não o quis, mas o que não entendo, é essa minha inconstância em querer-te por perto e isolar-me de ti. Vieste tantas vezes a mim, e eu o dispencei. Ao mesmo tempo que quero dançar contigo, quero também me lançar aos braços de seu oposto(o qual tem me consumido nos dias atuais); mas não reclamo da presença dele, pois, eu mesmo quem a cultivei.
    A desilusão, as palavras e gestos vazios de terceiros me fez ter esse desejo de repugnância a ti;  mas me fez bem, ah, me fez um bem incrível,porém, sou diferente de outros que conseguem conviver sem ti por décadas de vida. Sim, eis aí meu ponto fraco, quero sempre me apegar a ti e absorver tudo o que tens a me oferecer.
    Por favor, me perdoe por tantas vezes o questionar quanto ao seu modo de lidar com as pessoas e as consequencias que sua presença traz a cada um.   Por fim, tenho o desejo de algo que sustentei na garganta durante muito tempo antes de lançar-lhe esse anseio: ABRAÇA-ME sentimentalismo; abraça-me, porém, deixe-me ir quando me conver.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Auto suficiência

    Não quero mais carregar o fardo de me achar muito íntimo de alguém. Não quero ter a obrigação de não me chatear pelas coisas que acontecem e engolir tudo levando sempre na esportiva. Chega de sorrir quando não quero, chegar de expor todos meus pensamentos; não quero semrpe lhes ouvir e não quero semrpe concordar; nunca fui assim e agora não será diferente.  Sinto que quando estou com a "massa", sou vulnerável a perder-me num mar de características as quais não me pertencem e não me agradam.
   Louco, maluco, o que não pode faltar às festas, ah, o indispensável, o mais engraçado, o sempre feliz e melhor companhia. Não. Não sou a melhor companhia; apenas me intitulam assim porque busco estar livre de sentimentos pré-determinados. Sim, sou do tipo "nada me assusta", é verdade; mas não por achar que sei demais, mas por me permitir sempre absorver tudo e filtrar informações da forma mais natural possível.
   Quero ir e não sei se quero voltar, quero andar e pensar em tudo e todos como meus acompanhantes silenciosos como o despertar de um cão de pequeno porte. Do fardo me livrei na "Velhice", agora me livro dos pesos de vocês, os quais eu achava que precisava sustentar.

sábado, 21 de maio de 2011

Devora-me

    Devora-me.
    Sim; devoro-te por inteiro. Devoro-o com todo o fôlego em mim, com toda capacidade de atenção e concentração, com todo meu ser.
    Sei que posso devorar-te,pois, por mais difícil que seja ingerir-te, posso estar certo que estarei livre da indigestão.  O peso da gula pode ao me causar um desconforto, onde anseio converte-lo em coisas produtivas, assim como a gordura animal que consumo com pesar é transformada em energia.
    Espere...apenas mais um pedaço; só mais algumas palavras e verbetes.  Quero alimentar-me de ti longe dos pensamentos que me traz à superfície de seu ser.  Eu o amo,e quero agarrar-me a ti como um filhote que tarda em desmamar de sua mãe.
    Não o deixarei, quero ter-lhe por perto sempre, e numa insaciável fome de conhecimento; devorar-te.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Constante gravidade

   Quero realizar meus sonhos que guardo em algum lugar secreto; como a "Terra do Nunca". Sim, como na história de Peter Pan. Meu alvo é o céu, é o romper de limites.  Quero me aprofundar na imensidão azul-claro e me render às nuvens. Quero os pássaros como companhia e a alegria a saltar comigo de uma nuvem a outra.  Nas nuvens mais densas, repousar-me;  nas mais ralas, as atravessar às cambalhotas.
   Quero ser livre da gravidade. Pronto.  Imaginei todas essas coisas e logo a vi como inimiga.  Gravidade, não a quero mais. Associo agora a gravidade às barreiras de nossa vida que nos impede de realizar nossos objetivos; a comparo assim, pois, ela me impede de realizar meu grande desejo.
   Começo a tentar entender a liberdade. Há quem a encontre na maioridade ou no dizer o que quer a hora que quer;  eu a encontraria quando rompesse com a gravidade que manté meus pés no chão. Não. Não quero.
   Nunca sonhava assim quando criança, ora, mas agora me permito. Que mal há? É divertido e estranho pensar que só agora tenho desejos que são comuns na infância, não tive o prazer deles em minha; por isso, liberto-os. Gosto disso. Posso compreendê-los.
   Hei, Dona Gravidade, desprenda-se de mim?  Deixe-me ir onde bem for conveniente a mim e ao vento fresco do Norte?  Céu, quero dominá-lo, quero fazer dessa imensidão azul-claro, meu lar, meu descanso.

De onde vem a inspiração ? Parte II

   Se eu não esforçar-me para busca-la, ela não vem. O que fazer para que sua presença seja constante?
   Entristeço-me ao lembrar que muitas vezes ela tenta pegar-me pelas mãos, mas diante de tantos afazeres do dia, acabo dispensando sua presença.
   Agora chamo, clamo, e me rasgo por dentro gritando por sua compania. Pergunto ao vento: o que mudar em mim para atrai-la? Que ação minha a agradaria?
   Ela não é metafórica ou abstrata; ela é real.
   E me entristece a ideia de sua compania depender apenas de mim.

Menina

   Menina ainda que nova,
   não pôde nem vai descansar,
   a lágrima que rola em seu rosto,
   amaldiçoa o seu despertar.
   Queria uma vida simples,
   sem hora para seu acordar,
   porém, sua família humilde,
   vida assim não pode lhe dar.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Não é 8 nem 80

   Organizar minhas ideias é um tanto complicado pra mim.
   Tudo jorra em cima de mim e eu não sei ao que dar atenção primeiro.
   Se pego algo aqui, outro me escapa ali. O que peguei não é o que queria; mas o que abandonei, me faria.
   Eu queria mas não posso; quero tudo e não aguento nada.
   Tudo culpa do enjoativo doce, efêmero que me acompanha.

De onde vem a inspiração ?

    A inspiração nasce em nosso interior, ou surge de alguma outra coisa?  Eu queria tê-la por perto sempre.  Fatores do dia-a-dia afasta-nos e aproxima-nos dela a todo momento.  E fica tudo nesse vai e vem, nesse leva e traz.
   Às vezes temos que puxa-la; teimosa; ela não vem. Talvez isso explique o fracasso de diversos escritores.  É necessário cultivar uma relação íntima com ela; devemos mante-la por perto até nos momentos de " meter o pé na jaca ", pois, até nos atos mais relaxados, ela se faz presente, e de alguma atividade prazerosa, ela surge.
   Inspiração é necessário para tudo. Para cozer, plantar, colher, conhecer, comprar... tudo!  E quando ela se vai?  Em mim ela deixa um vazio,pois, necessito de sua compania até para viver.  Como seria viver sem a inspiração pela vida?  [ a essa altura o leitor deve ter percebido que esse texto não será tão esclarecedor, é conflitante];
   Se não há inspiração para viver, depressão suicida.
   Se ela não esta no cozinhar, arroz queimado.
   Se não se faz presente para a leitura, conhecimento não absorvido.
   Sua falta no trabalho, baixo rendimento.
   Se ela não esta durante a escrita, fracasso.
  
   Eu desconheço a origem da inspiração.  E acho que o fato de desconhecer sua origem, a faz presente em mim para a realização de tudo em minha vida. Acho que é isso.
   É; ela não gosta de revelar seu abrigo, sua origem.

Mãe

     Quero me alojar no teu seio.
     serena Mãe Natureza.
     Quero no conforto da tua fúria,
     encontrar meu medo.
     Quero com a proteção de suas mãos,
      lutar com os que lutam contra ti,
      para ao final disso tudo,
      deitar-me em teu seio de amor.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desprendo-me

    Agitado ou não. Tranquilo ou com raiva. Animado ou indisposto; isso não importa. O nascer do Sol independe de meu estado de humor/espírito.
    A princípio tudo bem; uma vida normal; costumes normais; rotina.  Um sorriso ou outro entre um comercial de TV. Rotina. Alimentação. Trabalho.
    É de se esperar que não seja assim o dia todo. Olho para dentro, o que é aquele pontinho preto? O que é?
Não; não é só um pontinho preto, é o pequeno vazio dentro do peito. Busquei tantas coisas para preencher esse vazio, mas ainda está ali aquele pontinho, um buraco. E quanto mais tento entender esse "buraco",mais me afundo nele. Não é mais tão ruim afundar-me nele, não sinto mais o peso da solidão e nem a dor do abandono. Tudo é mais calmo e sereno dentro desse "buraco" dentro de mim. Fora causado por atos meus e somente meus. É toda aquela coisa de que o que você planta, irá colher(aplico isso a toda minha vida e efeitos).
    Mas estar perto de você me ajuda a tampar esse "buraco", não é necessário contato físico nem visual; o ato se sentir você, ajuda. E eu, logo eu, que achava que a distância ajudaria, agora dizendo isso.
    Agora entendo o porque de Raul Seixas dizer que prefere "ser essa metaforse ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."  Sim, sou uma metamorfose ambulante. Não controlo meus sentimentos desde a alegria à raiva; eles estão sempre à flor da pele; o amor e o ódio caminham juntos, tudo é uma questão da melhor dialética.  Acho que estou neutro e desconheço os dois. Tenho me rendido mesmo à dialética da vida. Essa sim, me encata e convence.
    Mas, essa manhã foi diferente. A noite me proporcionara maturidade e encanto à serenidade do ser. Me mostrou que posso seguir sem pressa; que as coisas podem ser bem melhores sem a posse humana, sem valorizar os defeitos e pensar nas obrigações.
    Após grande tempo ao ouvir a dialética da vida, pude entender que sou responsável pelo meu bem-estar e estar-bem de cada dia. Me livro de sentimentos os quais andava alimentando; me livro da capa de satisfações ao mundo, simplismente me livro de tudo.  Afinal, podemos possuir muitas coisas, mas nada disso deve nos possuir.
    Hei, vida, obrigado pela dialética proporcionada a mim. Hoje, desprendo-me.
 

domingo, 17 de abril de 2011

Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais

    Eu reconheço a ideia que Elis nos afirma ao cantar que "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".  Me permiti analizar essa música em dois modos, os quais são:

" __Ah! Que droga, que clichê, pois, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais."

    É horrível reconhecer isso, mas erramos ao bater o pé e fazer o contrário do que eles nos disseram para não fazer, pois, por experiência própria, aquilo já dera errado antes com eles.  Gritavamos e berrávamos dizendo que um ou outro cigarrinho do fim de semana não nos colocaria no vício que sustentamos com pesar nos dias de hoje.  E que aquela bebida forte que nosso amigo sempre tão bacana carregava consigo durantea boemia pela madrugada, que era um ato também repreendido por eles, o colocaria na fila de espera por novos e saudáveis órgãos. Porque? Droga! Porque eles estavam tão certos? Eu sempre fui "cabeça", sempre tive minha opinião formada; eu nunca cairia nos erros que eles cairam, afinal de contas, cada um é cada um, só porque a vida deles fora de tal forma, a minha não terá de ser.
    É triste admitir... ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.  O futuro que estamos construindo com nossas mini-certezas, bate de encontro ao deles; e ouvir de suas bocas: "Eu bem que lhe avisei", nos soa como um cuspe de fracasso em nossa face. Por um minuto, tiremos a capa do orgulho, e admitamos: "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais".


    Tomando uma segunda análise, obtive: o "orgulho" cego em sermos os mesmos e vivermos como nossos pais.

    Meu nome é Adelaide, meu pai é militar de alto grau, e mamãe,bem, mamãe largara a pintura e agora é dona de casa- contra sua vontade,pois, papai sempre achara que mulher deveria ficar dentro de casa cuidando dos afazeres e os filhos deviam servir e amar o Brasil.  Tenho muito orgulho de papai em seu jeito pulso firme de cuidar da casa e do serviço. E tenho muito orgulho de mamãe,pois, lindo a submissão cega à papai.
    Há um grupo de meninas na escola, as quais mamãe proibe-me de conversar; elas tem um papo estranho, sobre "revolução feminista", queima de sutiens, algo sobre as mulheres dominarem o lar, umas coisas desse tipo.  Ora! Onde já se viu! Mulher não foi feita para comandar a casa, mulher foi feita para dar educação aos filhos e botar comida na mesa.
    Ah... ainda bem que somos os mesmos e vivemos como nossos pais,pois, eu não ia querer uma vida diferente da deles. Quero casar, ter dois filhos e cuidar da casa. Meus filhos serviram ao Brasil como o pai.



        - O texto publicado é uma obra fictícia. não consta nele a opinião do autor.




domingo, 10 de abril de 2011

Velhice

    Sentado em minha varanda, em minha cadeira de palha sob o chão gasto de tábuas corridas, eu vejo a cena do que eu não imaginava que meus olhos humanos veriam. O vazio, o fim, a seca. Um chão marrom e empoeirado; tudo está tão vazio como em filmes de Velho Oeste, onde quando o vilão chega, todos se escondem e a cidade morre; ouço apenas o canto do sabiá já ao longe, essa distância me entristece, pois, ele fora minha única compania nos últimos anos; mas algo já o avisara que é chegada minha hora.
    Minhas pernas doem, atividades como caminhar e corre já não são mais cabíveis a mim.
    Meus joelhos rangem, abaixar e levantar durante as tarefas do dia, já não posso mais.
    Meus olhos se enganam, já não tenho mais a certeza da boa leitura.
    Meu corpo já não é como antes; ele perdera seu formato firme e malhado dos tempos de Ginásio.  Ah...o Ginásio!  Boas recordações tenho dessa época, principalmente das garotas a serem vistas da janela do vestiário.
    Nem mesmo sorrir posso mais, pois, os dentes bonitos e saudáveis, dão lugar às dentições falsas e amarelas.
     Aqui, sentado em minha cadeira, eu queria poder sustentar meus últimos desejos; como tomar um bom banho de cachoeira e comer o manjar de Dona Inês, mas ela já nos deixara há tantos anos que minha fraca memória não me permite lembrar.
    Mas é até mesmo bom que eu não tenha acesso à realização desses desejos, não quero dar esse prazer aos vermes, pois, é chegada a hora de seu grande banquete.
    O sabiá volta cantando sua canção de despedida; lá vem ela; não há como me render; acho que o melhor a fazer é segui-la, aliás, vejo em seus olhos, que segui-la, não é uma escolha.  Sinto-a chegar mais perto, seu hálito é frio, porém, seus braços me envolvem e me passam uma insegura segurança... eu me rendo!  Sinto meus órgãos pararam aos poucos... estou adorando essa sensação de ser levado; a vida toda carreguei o mundo nas costas, mas agora me rendo à sua compaixão.  Adeus mundo carnal, finalmente a efêmeridade me consome. Estou feliz, finalmente feliz.

A viagem com ela, não é o fim de uma vida;
mas o começo de outra, em um lugar que ainda não posso dizer
ainda estamos pegando estrada.

Imagem de: myownparalleluniverse.blogspot.com

Conhecimento? PRESERVE-O

    Todas as manhãs, quando o primeiro feixe de luz vence as nuvens e penetra pela janela de nosso quarto, logo no primeiro contato com o mundo, estamos sujeitos a começar a desejar,desejar e desejar.  Carro, dinheiro, jóias, tudo; tudo o que há de material a ser oferecido a nós, seres humanos cheios de si e vontade própria.  Antes de pensar em nossas crenças, em nosso bem-estar, nos rendemos aos desejos carnais ou às tarefas do dia.  Eu me pergunto: porque não desejar o conhecimento?  
    A cada dia que passa tenho aprendido mais e mais o valor e a importância do conhecimento.  Podem lhe tirar tudo; casa, família e até mesmo um de seus membros, mas ninguém nunca, irá roubar seus conhecimentos.  Desde a antiguidade não se viu maior poder que o deste; há quem diga que são os melhores tanques,aviões e armamentos que vencem uma guerra. Eu discordo.  Esta aí a arma mais poderosa!  Do inventado, ao absoluto, na apaziguação, na "bandeira branca", no perdão, no resolver doa problemas, aí esta o poder dessa pequena grande palavra. 
    Pode-se estar velho demais para a prática de um ou outro esporte, mas nunca para o conhecimento. Há quem diga, que tanta absorção do mesmo, pode até mesmo resultar em loucura!  Ah... então eu quero sofrer deste mal; quero explorar o até então inexplorável e conhecer o até desconhecido.
    Todos nós, sempre seremos diferentes fisicamente(pois, nem meso a ciência em toda sua fome de exploração do descobrir,é capaz de alcançar a clonagem perfeita,haverá sempre um desvio aqui e ali), mas podemos alcançar o conhecimento juntos, em igual proporção se o compartilhar-mos.  O sabor agridoce do conhecimento, é irresistível.
    Se eu pudesse dar um conselho a toda humanidade, eu diria: conhecimento? Preserve-o!  Sopre-o aos quatro cantos da Terra e encontre sua fórmula de reprodução para que ele não entre em extinção.  Quero ter um caso com o conhecimento, quero dançar, sorrir e gritar junto a ele; pois, nele, e somente nele, encontro toda essa liberdade.


Meu conhecimento; imagem de:http://funcionalanalise.blogspot.com