sábado, 21 de maio de 2011

Devora-me

    Devora-me.
    Sim; devoro-te por inteiro. Devoro-o com todo o fôlego em mim, com toda capacidade de atenção e concentração, com todo meu ser.
    Sei que posso devorar-te,pois, por mais difícil que seja ingerir-te, posso estar certo que estarei livre da indigestão.  O peso da gula pode ao me causar um desconforto, onde anseio converte-lo em coisas produtivas, assim como a gordura animal que consumo com pesar é transformada em energia.
    Espere...apenas mais um pedaço; só mais algumas palavras e verbetes.  Quero alimentar-me de ti longe dos pensamentos que me traz à superfície de seu ser.  Eu o amo,e quero agarrar-me a ti como um filhote que tarda em desmamar de sua mãe.
    Não o deixarei, quero ter-lhe por perto sempre, e numa insaciável fome de conhecimento; devorar-te.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Constante gravidade

   Quero realizar meus sonhos que guardo em algum lugar secreto; como a "Terra do Nunca". Sim, como na história de Peter Pan. Meu alvo é o céu, é o romper de limites.  Quero me aprofundar na imensidão azul-claro e me render às nuvens. Quero os pássaros como companhia e a alegria a saltar comigo de uma nuvem a outra.  Nas nuvens mais densas, repousar-me;  nas mais ralas, as atravessar às cambalhotas.
   Quero ser livre da gravidade. Pronto.  Imaginei todas essas coisas e logo a vi como inimiga.  Gravidade, não a quero mais. Associo agora a gravidade às barreiras de nossa vida que nos impede de realizar nossos objetivos; a comparo assim, pois, ela me impede de realizar meu grande desejo.
   Começo a tentar entender a liberdade. Há quem a encontre na maioridade ou no dizer o que quer a hora que quer;  eu a encontraria quando rompesse com a gravidade que manté meus pés no chão. Não. Não quero.
   Nunca sonhava assim quando criança, ora, mas agora me permito. Que mal há? É divertido e estranho pensar que só agora tenho desejos que são comuns na infância, não tive o prazer deles em minha; por isso, liberto-os. Gosto disso. Posso compreendê-los.
   Hei, Dona Gravidade, desprenda-se de mim?  Deixe-me ir onde bem for conveniente a mim e ao vento fresco do Norte?  Céu, quero dominá-lo, quero fazer dessa imensidão azul-claro, meu lar, meu descanso.

De onde vem a inspiração ? Parte II

   Se eu não esforçar-me para busca-la, ela não vem. O que fazer para que sua presença seja constante?
   Entristeço-me ao lembrar que muitas vezes ela tenta pegar-me pelas mãos, mas diante de tantos afazeres do dia, acabo dispensando sua presença.
   Agora chamo, clamo, e me rasgo por dentro gritando por sua compania. Pergunto ao vento: o que mudar em mim para atrai-la? Que ação minha a agradaria?
   Ela não é metafórica ou abstrata; ela é real.
   E me entristece a ideia de sua compania depender apenas de mim.

Menina

   Menina ainda que nova,
   não pôde nem vai descansar,
   a lágrima que rola em seu rosto,
   amaldiçoa o seu despertar.
   Queria uma vida simples,
   sem hora para seu acordar,
   porém, sua família humilde,
   vida assim não pode lhe dar.