terça-feira, 23 de agosto de 2011

Abismo...

    Caminhei durante anos num chão onde eu não podia pisar com todo o meu pé, porque ali não havia segurança alguma. A secura de minha boca se comparava à de meu peito, que doía e ardia numa frequência muito além do Sol. Ah, grande Astro, insistes em iluminar os cantos mais perversos do Universo, mas não a  constante escuridão de meu órgão pulsante. Sim, ele pulsa; não sei se por alguém ou por algo, mas sinto-o pular em meu peito; faz-me tomar decisões das quais não quero e colher frutos os quais ainda não os posso ver se são bons ou não. Mas, não é hora de pensar a fundo nas consequências. Sinto que é hora de me lançar. Pois bem.
    Chego à beira do abismo, seu núcleo exala aromas agradáveis e músicas de bem estar, sinto vontade de me jogar sem medo quanto a onde irei parar; mas ainda não. Preciso sentir mais, ouvir mais, tocar mais com minha alma... alguns segundos me bastam, não quero esperar muito pra agarrar minha felicidade, preciso arriscar. Um pé...o outro... pronto! Esta feito!
Durante minha queda me envolvo nos sons e nos aromas, que juntos com minha'lma formam uma sintonia perfeita da qual não quero me soltar. Não consigo mais pensar, a complexidade de meu ser não é mais conteúdo que me agrade e que sustente minha fome do inabitável... estou com medo. Muito medo. Inseguro. Mas preciso me arriscar... me entrego.


Um comentário:

  1. Oii! Parabéns pelos textos. Muito bom quando tô "passeando por aí" e encontro coisa boa de ler como o seu blog!!

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